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sexta-feira, 12 de abril de 2013

2150* Dunas fixas descalcificadas atl...

2150* Dunas fixas descalcificadas atlânticas (Calluno-Ulicetea)

Código EUNIS 2002

B1.5

Código Paleártico 2001

16.24

CORINE Land Cover

E4.3

Ulex australis subsp. welwitschianus (pormenor) Mato dominado por Ulex australis subsp. welwitschianus

Alentejo, Santiago do Cacém (R. Paiva-Ferreira) Alentejo, Santiago do Cacém (R. Paiva-Ferreira)

Protecção legal

• Decreto-Lei nº 140/99 de 24 de Abril – Anexo B-1.

• Directiva 92/43/CEE – Anexo I.

Distribuição EUR15

• Região Biogeográfica Atlântica: Alemanha, Bélgica, França, Holanda, Irlanda, Portugal e Reino Unido.

• Região Biogeográfica Mediterrânica: Espanha e Portugal.

Proposta de designação portuguesa

• Dunas fixas com tojais, tojais-urzais e tojais-estevais psamófilos.

Plano Sectorial da Rede Natura 2000 Habitats 136

Diagnose

• Dunas fixas com tojais, tojais-urzais ou tojais-estevais psamófilos, litorais ou sub-litorais, dominados ou

co-dominados por Ulex australis subsp. welwitschianus ou U. europaeus subsp. latebracteatus.

Correspondência fitossociológica

• Ericion umbellatae p.p.min. (classe Calluno-Ulicetea).

Subtipos

• Dunas fixas com tojais-urzais e tojais-estevais psamófilos com Ulex australis subsp. welwitschianus

(2150pt1).

• Dunas fixas com tojais psamófilos com Ulex europaeus subsp. latebracteatus (2150pt2).

Caracterização

• Dunas fixas com tojais, tojais-urzais e tojais-estevais psamófilos litorais ou sublitorais.

• Dominância de arbustos espinhosos do género Ulex (fam. Leguminosae) (U. australis subsp.

welwitschianus ou U. europaeus subsp. latebracteatus).

• Solos de textura arenosa profundos, oligotróficos e com baixa capacidade de retenção de água.

• Vegetação é interpretada como comunidades subseriais de bosques de Querci ou Pinus.

• Genericamente, é favorecida pela perturbação pelo fogo.

Distribuição e abundância

Escala temporal (anos desde o presente) -103 -102 -101

Variação da área de ocupação ↑ ↓ ↔

Dunas fixas com tojais-urzais e tojais-estevais psamófilos

com Ulex australis subsp. welwitschianus 2150pt1

Correspondência fitossociológica

• Erico umbellatae-Ulicetum welwitschiani (Ericion umbellatae, classe Calluno-Ulicetea).

Caracterização

• Dunas fixas com tojais-urzais e tojais-estevais psamófilos dominados ou co-dominados por U. australis

subsp. welwitschianus.

• Acompanham o U. australis subsp. welwitschianus um número variável de espécies entre as quais

Calluna vulgaris, Cistus ladanifer, Erica scoparia, E. umbellata, Genista triacanthos e Halimium

halimifolium.

• Subseriais de bosques esclerofilos e marchescentes da Quercetalia ilicis (classe Quercetea ilicis),

sobretudo de sobreirais (habitat 9330).

• Contactos catenais mais frequentes:

o em direcção ao litoral – matagais psamófilos de zimbro (Juniperus turbinata) de duna terciária

(subtipo 2250pt1);

o paleodunas profundas, sem compensação freática – matos de areias dunares da Stauracantho-

Halimietalia commutati (habitat 2260);

o nos topos secos de paleodunas profundas – formações de Juniperus navicularis (subtipo 2250pt2).

• Mosaicos seriais mais frequentes:

o comunidades de terófitos efémeros psamófilos da Malcolmietalia (habitat 2230) e arrelvados de

Corynephorus canescens var. maritimus (habitat 2330).

• Colonizam solos desenvolvidos sobre paleodunas com frequentes sinais de hidromorfismo (pseudogley),

hidricamente compensados, e com um imperme sub-superficial (surraipa – horizonte plíntico ou

petroplíntico) (podzóis).

Plano Sectorial da Rede Natura 2000 Habitats 137

• Andar bioclimático termomediterrânico (embora possa surgir no meso inferior); ombroclima seco a subhúmido.

Distribuição e abundância

Escala temporal (anos desde o presente) -103 -102 -101

Variação da área de ocupação ↑ ↓ ↑

• Relativamente frequente na Província Gaditano-Onubo-Algarvia; raro no litoral norte (Província

Cantabro-Atlântica).

• Área de ocupação:

o mais extensa no passado, reduzida pela actividade agrícola (mobilizações profundas);

o mais recentemente houve ligeira recuperação como consequência do abandono agrícola

(principalmente onde não foi destruído o horizonte de surraipa que confere algum carácter

hidromórfico ao solo).

Bioindicadores

• Presença de Ulex australis subsp. welwitschianus, dominante ou co-dominante com Calluna vulgaris,

Cistus ladanifer, Erica scoparia ou E. umbellata.

Serviços prestados

• Retenção do solo.

• Regulação do ciclo da água.

• Fornecimento de água.

• Formação do solo.

• Educação e ciência.

Conservação

Grau de conservação

• Estado de conservação de mediano a bom.

• Bioindicadores de degradação:

o abundância de Corynephorus canescens;

o presença de espécies exóticas.

Ameaças

• Destruição directa por alteração de uso do solo, designadamente por:

o exploração de inertes;

o construções;

o aterros;

o abertura de vias de comunicação.

• Invasão de flora alóctone.

• Despejo de lixo, entulho e outros resíduos.

• Mobilizações profundas do solo.

Objectivos de conservação

• Manutenção da área de ocupação.

• Melhoria do grau de conservação.

Orientações de gestão

• Ordenar a expansão urbano-turística.

• Ordenamento da exploração de inertes.

• Reforçar a fiscalização sobre deposição ilegal de lixos, entulho e outros resíduos.

• Controlo das plantas exóticas infestantes.

Plano Sectorial da Rede Natura 2000 Habitats 138

• Promover a substituição da actividade agrosilvícola com recurso a mobilizações profundas pela que

recorre a mobilizações ligeiras do substrato.

Dunas fixas com tojais psamófilos com Ulex europaeus

subsp. latebracteatus 2150pt2

Correspondência fitossociológica

• Ulicetum latebracteato-minoris p.p. (Daboecion cantabricae, classe Calluno-Ulicetea).

Caracterização

• Dunas fixas com formações nanofanerofíticas (matos de porte médio) fisionomicamente dominadas pelo

tojo-arnal (Ulex europaeus subsp. latebracteatus).

• Matos dominados por leguminosas espinhosas (principalmente do género Ulex) e rico em cistáceas

(Cistus salviifolius, C. psilosepalus), com representação variável de urzes (Erica umbellata, E. cinerea,

Calluna vulgaris) e albergando, no estrato herbáceo, algumas plantas tipicamente litorais (Carex

arenaria, Agrostis stolonifera var. pseudopungens).

• Colonizam solos arenosos em dunas “terciárias” (arenossolos).

• É possível que os tojais psamófilos sejam subseriais dos pinhais psamófilos de Pinus pinaster; no

entanto, a profunda intervenção antrópica que, ao longo da História, foi sendo exercida sobre as dunas

“terciárias” portuguesas torna difícil o estabelecimento definitivo da dinâmica serial destes matos (vd.

“Anexo às fichas dos habitates de pinhal: 2270, 2180 e 9540” e habitat 2180).

Distribuição e abundância

Escala temporal (anos desde o presente) -103 -102 -101

Variação da área de ocupação ↑ ↓ ↔

• Matos bastante comuns no litoral dos Sectores Galaico-Português e Divisório Português, ainda que

frequentemente sob coberto de pinhais (vd. habitates 2180 e 2270), com os quais estabelecem mosaicos

nas paisagens litorais.

Bioindicadores

• Dominância absoluta de Ulex europaeus subsp. latebracteatus.

• A sua discriminação face às versões não litorais da Ulicetum latebracteato-minoris faz-se pela ausência

de Ulex minor e pela presença de Carex arenaria, Agrostis stolonifera var. pseudopungens e outras

plantas típicas do litoral.

Serviços prestados

• Vd. subtipo 2150pt1.

Conservação

Grau de conservação

• Variável de acordo com a pressão antrópica a que estão submetidos e com a dinâmica da linha de costa

em cada território.

Ameaças

• Destruição directa por alteração de uso do solo, designadamente por:

o exploração de inertes;

o construções;

o aterros;

o abertura ou alargamento de vias de comunicação.

• Invasão de flora alóctone.

Plano Sectorial da Rede Natura 2000 Habitats 139

• Despejo de lixo, entulho e outros resíduos.

• Recuo dos sistemas dunares (vd. Ameaças, habitates 2120 e 2130).

Objectivos de conservação

• Manutenção da área de ocupação.

• Melhoria do grau de conservação.

Orientações de gestão

• Condicionamento da expansão urbano-turística.

• Ordenamento da exploração de inertes.

• Reforçar a fiscalização sobre deposição ilegal de lixos, entulho e outros resíduos.

• Controlo das plantas exóticas infestantes.

• Promover a recuperação dos sistemas dunares (vd. Orientações de gestão, habitates 2120 e 2130).

• Desenvolver práticas de exploração sustentável do pinhal psamófilo, combinando a redução dos riscos

de incêndio e a preservação deste habitat.

Bibliografia

Braun-Blanquet J, Pinto-da-Silva AR, Rozeira A & Fontes F (1952). Résultats de deux excursions

géobotaniques à travers le Portugal septentrional et moyen. I. Une incursion dans la Serra da Estrela.

Agron. Lusit. 14(4): 303-323.

Comissão Europeia (Direcção Geral de Ambiente) & Agência Europeia do Ambiente (Centro Temático

Europeu da Protecção da Natureza e da Biodiversidade) (2002) Atlantic Region. Reference List of

habitat types and species present in the region. Doc. Atl/B/fin. 5. Bruxelas-Paris.

Comissão Europeia (Direcção Geral de Ambiente) & Agência Europeia do Ambiente (Centro Temático

Europeu da Protecção da Natureza e da Biodiversidade) (2003) Mediterranean Region. Reference List

of habitat types and species present in the region. Doc. Med/B/fin. 5. Bruxelas-Paris.

Comissão Europeia (Direcção Geral de Ambiente; Unidade Natureza e Biodiversidade) (2003).

Interpretation Manual of European Union Habitats. Bruxelas.

Costa JC, Capelo J, Neto C, Espírito-Santo MD & Lousã M (1997). Notas fitossociológicas sobre os tojais do

Centro e Sul de Portugal. In Notas do Herbário da Estação Florestal Nacional (LISFA) Fasc. VI. Silva

Lusitana 5(2): 275-282.

Neto C (1999). A Flora e a Vegetação da Faixa Litoral entre Tróia e Sines. Dissertação para obtenção do

grau de Doutor. Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Lisboa. 461 pp.

Paiva-Ferreira R, Mendes S & Neto C (2002). La végétation du centre et du sud du Portugal (Itinéraire 6:

Tróia – Lisboa). Le Journal de Botanique de la Société Botanique de France 17: 50-57.

Paiva-Ferreira R & Pinto-Gomes C (2002). O Interesse da Fitossociologia da Gestão e Conservação do

Litoral Alentejano: Monte Velho (Santiago do Cacém). Vol 2. Colecção Pró-Alentejo, DRAOTAlentejo.

190 pp.

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